quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Detenção do presidente da Fundema


Escutas telefônicas, conversas gravadas em reuniões por testemunhas e documentos. Estes são os argumentos, expostos em 14 páginas, que levaram o juiz da 2ª Vara Criminal de Joinville, João Marcos Buch, a decretar a prisão preventiva do presidente exonerado da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), Marcos Schoene, e do filho dele, o advogado Rodrigo Schoene.
Na decisão, à qual “A Notícia” teve acesso, são citados trechos de depoimentos e de escutas ambientais. Em uma das gravações, Rodrigo teria dito à advogada de um empresário da construção civil listado como testemunha: “Eu sou a Fundema”.
Para pedir a prisão de pai e filho, que seguem detidos desde terça-feira em Joinville, o Ministério Público se convenceu de que os dois abordavam as possíveis vítimas do esquema diretamente.
Na decisão, consta parte de um depoimento em que o responsável por uma construtora diz que o engenheiro Marcos Schoene revogou uma autorização que havia sido concedida para a construção de um edifício residencial.
Este empresário foi procurado pela reportagem, mas preferiu não comentar o assunto, alegando que sua advogada é que estaria cuidando do caso. Ela também foi procurada nesta quarta em seu escritório, mas estava em um congresso e não pôde atender.
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Além de anular a licença, Marcos Schoene também teria fixado uma multa. Segundo o trecho do depoimento que consta na decisão, o então presidente da Fundema chegou a visitar o empresário em casa para dizer que ele precisava contratar seu filho, Rodrigo Schoene, se quisesse resolver o problema. A cobrança pelo serviço seria de 30% do valor da multa nominal reduzida.
No mesmo depoimento, a testemunha afirma ter sido procurada por um empresário a mando de Marcos Schoene quando teria recebido o recado:
— Ou te enquadras no esquema da Fundema ou não construirás nada em Joinville.
A testemunha diz ter sido multada em R$ 157.416,00 por não aceitar fazer parte do suposto esquema. A advogada da testemunha também prestou depoimento confirmando que teria sido avisada por Marcos Schoene de que o valor da multa seria negociável e que ele aguardaria uma semana para providenciar a execução da multa, caso não houvesse acordo.
Em depoimento ao MP, a advogada contou que o engenheiro sugeriu pessoalmente que ela procurasse o filho dele para resolver o problema. Segundo a advogada, mais tarde Rodrigo Schoene a procurou por telefone, dizendo que mantinha “excelente trânsito” na Fundema.
O MP afirma ter documentos que comprovam a ligação de Marcos Schoene com a consultoria Quasa Ambiental enquanto exercia suas atividades na Fundema, entre 2 de janeiro de 2009 e 18 de março do mesmo ano.
Fonte: clic rbs

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